O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta sexta-feira (10) o pedido de habeas corpus do governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que buscava retornar ao cargo. A decisão foi tomada pelo ministro Luís Roberto Barroso, que considerou o pedido juridicamente inviável, já que o habeas corpus havia sido anteriormente declarado prejudicado pelo ministro Edson Fachin. Com isso, o caso não será analisado pela 2ª Turma do STF, mantendo-se o afastamento de Barbosa do cargo.
O afastamento de Wanderlei Barbosa ocorreu em 3 de setembro de 2025, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no âmbito da Operação Fames-19. A operação investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Além de Barbosa, a primeira-dama Karynne Sotero também foi afastada das funções. Ambos são suspeitos de envolvimento em fraudes em contratos de fornecimento de alimentos essenciais, com prejuízo estimado em mais de R$ 73 milhões aos cofres públicos.
Em nota, a defesa de Wanderlei Barbosa informou que ainda não teve acesso ao conteúdo completo da decisão, mas anunciou que recorrerá assim que tiver acesso aos autos. A defesa reafirma a inocência do governador e de sua esposa, Karynne Sotero, e confia que o tempo e o devido processo legal permitirão uma apuração correta e imparcial, assegurando o pleno exercício do direito de defesa e a atuação harmônica das instituições, em conformidade com os princípios do Estado Democrático de Direito.
A Operação Fames-19, deflagrada pela Polícia Federal, apura fraudes em contratos de fornecimento de cestas básicas e outros itens durante a pandemia. As investigações envolvem políticos, servidores públicos e empresários, e já resultaram em afastamentos e medidas cautelares. O esquema teria ocorrido entre 2020 e 2021, com pagamentos fraudulentos e lavagem de dinheiro através de imóveis de luxo, compra de gado e outros bens.
Com a decisão do STF, o afastamento de Wanderlei Barbosa do cargo de governador do Tocantins permanece em vigor, e as investigações seguem em andamento.